quarta-feira, 31 de março de 2010

MAESTRO JOSÉ DE LIMA SIQUEIRA - O primeiro benfeitor dos músicos

Figura do Caderno de Cultura (11/02/2007)
Jornal CORREIO DA PARAÍBA


Paraibano, de Conceição de Piancó, José de Lima Siqueira veio para o Rio de Janeiro em 1927, fazendo parte das tropas que haviam sido recrutadas para combater a Coluna Prestes.

Ingressou na Banda Sinfônica da Escola Militar. Estudou composição com Francisco Braga e Walter Burle Max entre 1928 e 1930. Ao longo dos anos, entre inúmeras regências com tantas orquestras cujos
nomes não caberiam nesta folha para citar, fundou, em 1957 a UMB – União dos Músicos do Brasil com apoio dos Sindicatos Estaduais e das Bandas Militares.

Redigiu um pré-projeto sobre a criação da Ordem dos Músicos do Brasil, que foi entregue ao então Presidente Juscelino Kubstichek no Jardim do Palácio do Catete – RJ - na conhecida Alvorada Musical às 5 horas da manhã, acordando o Presidente ao som da Orquestra sob a regência do Maestro Eleazar de Carvalho, com a música Peixe-Vivo de autoria de Carlos Mendes.

Em 22 de Dezembro de 1960 o Presidente JK sancionou a Lei 3.857 que criou a Ordem dos Músicos do Brasil, que teve como primeiro presidente o seu fundador, que permaneceu durante três anos no cargo.

A época era de ditadura e o Maestro foi acusado de comunista, o que resultou em destituição do cargo. Quem assumiu a cadeira, foi outro Maestro, o Sr. Constantino Milani Neto da regional de São Paulo.

Foi quando Wilson Sandoli, que era o interventor, assumiu provisoriamente a Presidência da instituição e acabou estabelecendo raízes durante 42 anos.

O Maestro José Siqueira mudou-se para a Europa e lá regeu grandes orquestras. No Brasil, juntamente com outros idealistas que representavam a nata musical da época, entre eles, Heitor Villa Lobos, tornou-se o fundador da Academia Brasileira de Música – www.abm.org.br

Faleceu aos 78 anos, na cidade do Rio de Janeiro, em 22/04/85, deixando
grandes composições de óperas, cantatas, concertos, oratórios, sinfonias e música de câmara, para instrumentos solos e para voz.

Foi congratulado com a cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Música, como Co-Fundador.

A maioria dos músicos não conhece a história de luta desses antecessores maravilhosos e criativos que com inteligência, sabedoria e sensibilidade, conseguiram unir, valorizar e regulamentar a profissão. Por isso não podemos admitir que um grupo de pessoas mal intencionadas tente desmoralizar o que levou tantos anos de luta para se conseguir. Ao invés de reclamar, que tal mudar o paradigma e levantar nossa categoria tão bem representada de valores nacionais, artistas e músicos que tornaram nossa música, uma marca conhecida mundialmente?

Atualmente a Nova Ordem dos Músicos do Brasil – CRESP, está aberta às novas idéias, sugestões e mudanças. Pois já estamos com apoio de vários políticos de partidos diferentes, nas esferas Federal, Estadual e Municipal lutando por nossa causa; sem falar, das associações, cooperativas, instituições, conservatórios, faculdades e a grande maioria da classe artística.

Agora é a nossa vez!

Ribas Martins - Editor da Revista Músico!