Claudio Lins nasceu próximo da ribalta e ela faz parte de sua vida desde a infância. Filho de dois nomes consagrados da nossa cultura popular - o cantor e compositor Ivan Lins e a atriz e cantora Lucinha Lins, estreou nos palcos aos 11 anos de idade. Hoje, aos 37 anos, com uma carreira diversificada (ator, compositor, cantor, diretor), ele diz estar vivendo o seu melhor momento profissional: é o protagonista da novela do SBT, o remake do sucesso "Uma Rosa com Amor", tem um disco recém lançado ("Cara", pelo selo Biscoito Fino), dois filmes prontos para estrear (um como ator e outro como compositor) e já estuda vários convites para voltar aos palcos tão logo se encerrem as gravações da novela.
Entre a Televisão e música
“Uma Rosa com Amor”, refilmagem da trama exibida em 1972 pela TV Globo, deu a Claudio seu quarto papel de protagonista na TV: ele vive o francês Claude, empresário de sucesso, que para não ser deportado do país resolve se casar com sua secretária bronca (papel vivido por Carla Marins), a fim de conseguir um visto de permanência. É claro que, o que no começo são apenas diferenças, no final vai se transformar em uma grande paixão. Para viver o personagem, Lins contou com aulas de francês e trabalhou ao lado de uma fonoaudióloga. "Pesquisei franceses notórios que vivem no Brasil, para criar um tipo que não ficasse chato ou inverossímil, para não cair nos clichês do "r" muito puxado. Minha maior inspiração foi Olivier Anquier", confessa Claudio.
Claudio ressalta ainda o prazer de fazer uma comédia romântica, principalmente ao lado da atriz Carla Marins, amiga de longos anos (os dois já viveram um par romântico na primeira novela estrelada pelo ator, "História de Amor", exibida pela Globo): “é muito bom estar nessa trama ao lado da Carla, nossa sinergia e intimidade de outros trabalhos deixa tudo mais divertido e prazeiroso, especialmente numa comédia romântica como essa”.
Para criar “Claude”, Lins se valeu ainda de referências cinematográficas como Hugh Grant e Cary Grant, atores que venceram o estereótipo do galã puro e simples. Nada de comparações com a primeira versão da trama, onde Claude era vivido por Paulo Goulart. "Não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o personagem e nem de ver imagens dessa primeira versão, que praticamente não existem mais. Não houve referência da primeira trama, foi um trabalho começado do zero."
Para Claudio Lins, a refilmagem de um antigo sucesso, hoje tão em voga, não é importante por si só. "Tanto pode ser bom quanto ruim. É como recriar uma peça que já foi montada, é trazer a memória da cultura para a superfície. Mas só o público pode avaliar - é dele que a vem resposta sobre o trabalho que está sendo feito."
Para ele, essa resposta tem sido a melhor possível: "As pessoas tem um carinho pela trama, muitos se lembram dela e outros a estão descobrindo. Na rua, no blog da novela, no facebook ou no twitter, só tenho respostas positivas e muito reconhecimento do público. As pessoas acham o Claude divertido. Isso me deixa muito feliz."
A música
Enquanto dá vida ao francês Claude na TV, Claudio Lins continua seu trabalho musical com “Cara” seu último disco, lançado pela gravadora Biscoito Fino. O trabalho apresenta composições próprias e parcerias com Ivan Lins, Ronaldo Monteiro de Souza, Marcio Guimarães e Carlos Careqa, além de participações especiais de Luciana Mello, Pedro Mariano e Lucinha Lins.
"Como artista, tanto a música como a atuação são as minhas formas de expressão. Em mim, elas são uma coisa só. Fico especialmente feliz quando consigo reunir as duas num mesmo trabalho, como é o caso dos musicais."
Uma das canções do novo disco, "Cupido" (já gravada antes por Maria Rita), está na trilha de "Uma Rosa com Amor". E, toda vez que há tempo, Claudio se dedica à composição. "Sempre que surge a inspiração eu embarco. As idéias novas aparecem," confessa ele, que diz adorar "trocar figurinhas com o pai - minha maior inspiração."
Claudio também aguarda a estréia de dois filmes: "Teus Olhos Meus", de Caio Soh, onde interpreta um homem traído pelo seu namorado, e o premiado documentário "Dzi Croquettes", de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, que tem como tema uma canção sua e de Claudio Tovar. E começa a estudar propostas para voltar ao teatro logo após o final da novela.
Claudio Lins fez aulas de piano e teoria musical, e participou de inúmeros coros infantis. Ainda criança estrelou os musicais “Sapatinho de cristal” e “Verde que te quero ver”. Formou várias bandas na adolescência e estudou no Tablado, no Rio de Janeiro.
No teatro, trabalhou com diretores como Bernardo Jablonski (“A visita da velha senhora”, 1993; “O inimigo”, 1994), Tônio Carvalho (“Uma tragédia florentina”, de Oscar Wilde, 1995), Aderbal Freire-Filho (“Tia Zulmira e nós”, 2001), Marcelo Saback (“Frisson“, 2001), Claudio Tovar (“Aldir Blanc, um cara bacana”, 2000), Antônio Pedro (“Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, 2002), Diogo Vilela (“Elis Regina, estrela do Brasil”, 2002), Charles Möeller e Claudio Botelho (“Ópera do malandro”, de Chico Buarque, 2003/04- 2006 e "Ópera do malandro em concerto", 2006), José Possi Neto ("O baile", 2007-2008), Wolf Maia ("4 carreirinhas", de Flávio Marinho, 2008), João Fonseca ("Gota d'água", de Chico Buarque e Paulo Pontes, 2008), entre outros. Em 2009, Claudio esteve em turnê por Portugal e Brasil com o musical "Gota d'água", enquanto fez a direção musical da peça "Diário de um louco", de Gogol.
Na televisão, participou de novelas e mini séries, como “História de amor” (Rede Globo, 1995), “Chiquinha Gonzaga” (Rede Globo, 1999), “Sabor da Paixão” (Rede Globo, 2002/03) e "Tiempo final" (Fox Latina- 2007), além de ter protagonizado as novelas “Perdidos de Amor” (Rede Bandeirantes, 1996), “Terra-mãe” (RTP- Portugal, 1997), "Esmeralda" (SBT, 2004/05) e "Uma rosa com amor" (SBT, 2010). Entre 2001 e 2002, esteve à frente do programa musical “A vida é um show” (TVE- Rede Brasil).
Em 1999 lançou seu primeiro CD solo, “Um” e em 2009 lançou "Cara", pela gravadora Biscoito Fino. O lançamento do CD ocorreu durante o show “1+1”, em que dividiu o palco com o pai, Ivan Lins.
Na área musical ainda fez trilhas para peças teatrais (como "Cabaret Mellinda", 2008), e suas composições têm sido gravadas por intérpretes como Maria Rita, Luciana Mello, Pedro Mariano, Renata Adegas, entre outros. Em 2006 dirigiu o show "Pessoa rara", do trio vocal Folia de 3, e o show "Acariocando", de Ivan Lins. Ainda co-dirigiu, juntamente com Rogério Fabiano, o musical "Aracy Cortes, a Rainha da Praça Tiradentes". Em 2007/2008, exerceu a função de diretor artístico no Projeto Pixinguinha, trabalhando com artistas como Monarco, Cida Moreira, Borguettinho e Ivan Lins, entre outros.
Site Oficial: http://www.claudiolins.com.br/
Entrevista: