domingo, 18 de julho de 2010

Exposição da Fritz Dobbert no MUBE

De 13 a 16 de agosto a fábrica de pianos Fritz Dobbert comemora 60 anos com uma exposição de fotografias e pianos no MUBE – Museu Brasileiro de Escultura, no Jardim Europa. Essas imagens contam a trajetória da indústria que se completa com a história do piano no Brasil. “Nós brindamos este momento e comemoramos o lugar de maior indústria de pianos da América Latina,” comenta Célio Bottura, Sócio-Diretor da Fritz Dobbert.
Aberta ao público e gratuita, a exposição traz, além de pianos de cauda e verticais, cerca de 30 cartazes, cada um com várias fotos, que contam a história das famílias dos fundadores da Fritz Dobbert, Otto Halben, Célio e Thyrso Bottura. Além das fotos, a mostra traz também cartazes, folhetos e notas em jornais de cada época que contam a trajetória da indústria.
No início da exposição há imagens dos fundadores que iniciaram como empresários em outros ramos de atuação, um criou a primeira fábrica de jóias no Brasil, e outro uma importadora de equipamentos fotográficos.
Com essa exposição, a Fritz Dobbert comemora com o público os seus 60 anos e suas conquistas na cultura musical do país.

Fundação da Fritz Dobbert:
Em 1950, quando foi fundada com o nome de Indústria de Pianos Halben, já tinham outros fabricantes de piano no Brasil. No começo a indústria só fabricava o piano vertical e o primeiro protótipo só ficou pronto em 1951. As imagens dessa conquista estão no quarto cartaz. No próximo cartaz surgem as imagens da sede da Fritz Dobbert transferida em 1956 para o bairro de Pirituba, em São Paulo. Era um período que a fábrica construía pianos de várias marcas como Meister, Vierkant, Loreley, Niendorf, Printz, Graubott. Foi em 1958 que passaram a construir os pianos batizados de Fritz Dobbert. O oitavo cartaz mostra a expansão da indústria que passa a produzir em 1963 violões, violas, cavacos, bandolins e outros instrumentos de cordas com a marca Fiesta e Staccato. “Eram tempos de bossa nova e dos ritmos da Jovem Guarda, que ajudaram a impulsionar o consumo de instrumentos musicais no Brasil”, explica Bottura.
Outro cartaz mostra imagens da década de 70, um marco importante para a Fritz Dobbert, que assumiu a liderança nacional dos fabricantes de pianos, atingindo a produção de 180 unidades mensais em 1971.
O início das exportações:
Nas imagens desse período, a mostra traz o avanço tecnológico e os maquinários adquiridos que foram responsáveis por um salto na produção. Foi a época que a Fritz Dobbert participou de feiras internacionais na França e Bélgica e o início das exportações para França, Holanda, Bélgica, Alemanha, Portugal, Grécia, Israel, Japão, Canadá, Colômbia, Argentina, entre outros países.

Profissionais especializados
Algumas fotos mostram a mão-de-obra especializada que foi um período marcado por importantes intercâmbios tecnológicos entre a fábrica do Brasil e empresas européias.
Técnicos da fábrica viajaram para o exterior para estagiar na renomada fábrica de pianos Euterpe, na Alemanha. De lá vieram ao Brasil os projetistas Klauss Fenner, com trabalhos desenvolvidos nas fábricas Ibach, Seiler, Dietmann, entre outras e Lothar Thomma, diretor técnico da Bechstein. Da Inglaterra vieram Dietrich Dotzek e Less Astell, da fábrica Herrburger Brooks, especialistas em teclado e mecanismo para piano.
Atentos para a necessidade de assistência técnica de qualidade promoveram cursos para a formação técnica de afinador. Vieram candidatos de todas as regiões do país.

Pianistas
Alguns cartazes mostraram artistas renomados que já tocaram em pianos Fritz Dobbert como Amaral Vieira, André Mehmari, Arrigo Barnabé, Arthur Moreira Lima, Astor Piazzola, Benito de Paula, Buddy Guy, Cesar Camargo Mariano, Charles Aznavour, Chico Buarque de Holanda, Diane Warwick, Dori Caymmi, Eduardo Duzek, Egberto Gistmonti, Francis Hime, Guilherme Arantes, Ivan Lins, João Donato, Johnny Alf, Miguel Proença, Paulo Gazzaneo, Richard Clayderman, Traditional Jazz Band e Wagner Tizzo.

Histórico da Fritz Dobbert
A partir da proposta simples, mas ousada de construir uma empresa que pudesse contribuir para a formação musical e cultural do país, nascia em 13 de maio de 1950, a Pianofatura Paulista S.A., em um modesto galpão na região norte da cidade de São Paulo, fundada pelo alemão Otto Halben e os irmãos Celio e Thyrso Bottura. Após décadas de muito empenho e dedicação, a empresa consolida-se como a maior indústria de pianos do país e, se instalada em 1956 em uma área de 27.500 m2 com 14.500 m2 de edificações no bairro de Pirituba em São Paulo. A indústria passa a incorporar avançada tecnologia à tradicional habilidade artesanal, necessária à construção de um instrumento acústico.
Otto Halben resolveu fundar a Fritz Dobbert após ter trabalhado como artesão em várias fábricas de piano na Europa. Ele se uniu aos irmãos Celio e Thyrso Bottura. Atualmente são 110 funcionários. A Fritz Dobbert produz anualmente 1.000 unidades e tem o faturamento de 15 milhões de reais. Os pianos custam em média entre R$ 8.500,00 e R$ 52.000,00. Um piano leva dois meses em média para ser construído. A Fritz Dobbert fabrica pianos de cauda, verticais e importa pianos digitais. “Hoje há financiamentos que ajudam estudantes e profissionais da música a comprar o seu piano,” conta Bottura. Desde 1994, a Fritz Dobbert é a importadora oficial dos pianos Kawai para o Brasil. Além dos pianos a Fritz Dobbert constrói ainda móveis de alto-padrão que vende diretamente sob encomenda a lojas sofisticadas.

Técnica de manufatura de um piano Fritz Dobbert
Os pianos Fritz Dobbert são confeccionados com madeiras selecionadas, que passam pelo processo de secagem natural e em estufas automatizadas. A tábua harmônica com os demais componentes que compreendem a estrutura do piano são feitos de madeira maciça de pinho. “A tábua harmônica de um piano é um elemento de extrema importância, pois a qualidade do som é o resultado de como ela vibra”, explica Bottura. No piano de meia-cauda a Fritz Dobbert usa a tábua-harmônica Ciresa, de Abete Rosso, importada da Itália. Toda a construção do elemento acústico é feita por artesãos, cujo ofício é aprendido na própria fábrica, com o conhecimento adquirido na Europa. O complexo mecanismo de acionamento de um piano chega a ter quase 5 mil peças. A Fritz Dobbert instala em seus pianos de um-quarto e meia-cauda o renomado mecanismo Renner, importado da fábrica de Stuttgart, na Alemanha. Atualmente os pianos verticais podem ter várias cores externas, desde as tradições cores de madeiras como branco, verde e até lilás, feitos por encomenda.

Serviço:
60 Anos da Fritz Dobbert
Exposição de fotografia e pianos
Dias 13 à 16 de agosto, das 11h às 17h
Aberta ao público
Grátis!

MuBE
Av. Europa, 218
Tel: 2594-2601