À partir do século vinte, tem havido uma proliferação de novas profissões, motivada pelo avanço tecnológico e pela necessidade premente do homem criar novos mecanismos, no sentido de enfrentar os desafios surgidos, de maneira espontânea ou não, com as novas formas de relacionamentos entre os seres humanos ou entre estes e a natureza. Astronauta, Analista de Sistemas, Ambientalista, Publicitário, etc., são atividades inexistentes em passado recente, reconhecidas, hoje, oficialmente, como profissões.
Todavia, uma atividade das mais antigas na face da terra, tem um caráter de sublimidade ímpar, que reveste-se de uma característica divina, não encontrada nas diversas formas de profissões. Refiro-me a profissão de músico, regulamentada por lei federal, em 22 de dezembro de 1960, sendo, portanto cinqüentenária.
Para muitos, a música é, meramente, Arte. Contudo, pode-se, perfeitamente, afirmar que além de Arte, a música é, também, Ciência, pois contém os diversos requisitos componentes das ciências – é universal, possui métodos e contém técnicas, para que ocorra uma perfeita execução. A sua universalidade sobrepuja as mais conceituadas profissões, como, por exemplo, o Direito, a Medicina e a Engenharia brasileiras têm métodos e técnicas que se diferenciam dos métodos e técnicas do Irã, da Índia, da China, etc. Todavia, em todo o nosso planeta, não há música que não obedeça às sete notas musicais e suas derivadas. Leve-se a partitura de “Asa Branca”, por exemplo, para qualquer parte do mundo e o músico executará a melodia de maneira uniforme, conforme o original. Pode-se afirmar, ainda, que a música está presente em todos os eventos que envolvem a humanidade: no funeral (marcha fúnebre e toque de silêncio); na guerra, no cinema (até nos filmes mudos); na política; nos meios de comunicação; nos esportes; nas religiões, etc. Enfim, há música para alegrar, para chorar, para dormir, para dançar, para ninar e até para mudar o rumo da vida dos aflitos. E o que dizer da Musicoterapia? A música é o refrigério da alma!
Quanto a sua característica divina, há exemplos inquestionáveis! Primeiramente, deve-se dizer que os compositores e músicos da antiguidade, compunham e executavam as peças musicais em oferendas aos deuses – na época do paganismo - e, a Deus, à partir do surgimento das religiões monoteísticas. Ademais, utilizando-se da Bíblia Sagrada, base sólida do Cristianismo, verificar-se-á, em diversas passagens, que através da música, foram ganhas batalhas, como aconteceu com Josué que, atendendo a ordem do Senhor, tocou os instrumentos indicados e as muralhas caíram por terra, ocorrendo a tomada daquela cidadela. E, qual a religião que não adota música na sua liturgia? Para os cristãos, em particular, a música é considerada como um Ministério: o Ministério do Louvor, que dentre os demais Ministérios ( da Palavra, da Ação Social, da cura, da Visitação aos Presídios e Hospitais), é, por motivos óbvios, o único que existe no céu, conforme o “manual para a salvação”, a Bíblia Sagrada.
Como corolário, lembremos de passagem escrita no Novo Testamento, quando um discípulo do Mestre o argüiu de quando seria o final dos tempos. Jesus, então, respondeu que nem Ele sabia, pois somente o Pai saberia o dia. Porém, a música é quem vai anunciar o fim do mundo! No livro das revelações (Apocalypse) assim está escrito: “Quando tocar a última trombeta (a sétima), o Senhor descerá de sua glória, para arrebatar os seus fiéis seguidores”. Estejamos, pois, preparados para aquele dia!
Benedito Honório—Presidente da OMB / PARAIBA
Revista Músico! n. 10 - Junho/11
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