O documentário de Georgia Guerra-Peixe é o 1º. longa-metragem da Bossa Nova Films tendo recebido o Prêmio Especial do Júri Oficial na 34ª. Mostra Internacional de Cinema em SP
Dimi Kireeff, sócio-diretor da S. de Samba, agência que atua em todos os segmentos da produção musical, é o supervisor de áudio e compositor da trilha sonora do documentário “O Samba Que Mora em Mim”, de Georgia Guerra-Peixe ambientado no Morro de Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro, no período do pré-carnaval.
Trata-se do 1º. longa-metragem da BossaNovaFilms e contou com a co-produção da produtora portuguesa Filmes do Tejo II.
O ponto de partida é a quadra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, lugar do reencontro da diretora Georgia Guerra-Peixe com sua própria história. É bem no inicio do documentário, com narração em primeira pessoa, que a diretora conta o que o carnaval sempre significou na sua família e na sua vida.
Para compor a trilha sonora Dimi Kireeff que nunca havia criado músicas para documentários, não procurou referências dentro do gênero; foi conhecendo o filme aos poucos para tomar as decisões. E partiu da dimensão autobiográfica presente no filme para criar. Dentro desse processo, chegou a pedir algumas canções do gosto pessoal da diretora, que inclusive considerou bem eclético.
“A música é a trilha sonora do olhar de Georgia sobre o morro”, explica. E é por isso que mesmo contendo certa brasilidade a trilha vai além do ambiente e das pessoas entrevistadas.
Para alcançar tal resultado foi empregado na composição e orquestração um pouco de percussão brasileira, um pouco de orquestra européia, uma harpa, sintetizadores, violão e cavaco. A mixagem foi realizana em Portugal e a finalização de imagem em Berlin, Alemanha.
A música é um espetáculo à parte dentro do ‘longa’, pois comenta as cenas de forma delicada. “A decisão de comentar as cenas veio da perspectiva autoral que o documentário desperta”, diz. “A suavidade da linguagem fica por conta de buscar uma composição que fosse feminina, digamos, que representasse a atitude da Georgia, tanto ativa quanto delicada”, complementa.
Para Dimi Kireeff o ponto de equilíbrio fundamental foi à decisão de realizar a trilha num estilo claramente diverso do que seria natural à Mangueira. Tal postura permitiu a preservação, pelo contraste, do que é documental, mesmo quando a trilha do filme entra acompanhando uma gravação musical crua do morro, por exemplo.
“A grande diversão de escrever música para imagem é ter a chance de compor todo tipo de música, sem grandes pressões mercadológicas. A conjunção com a imagem redime a música de suas obrigações sociais e liberta o espectador para apreciar estilos a que ele não se submeteria sem o contexto audiovisual”, finaliza.
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