terça-feira, 30 de outubro de 2012

Filarmônica de Minas Gerais realiza sua primeira turnê internacional‏


ARGENTINA E URUGUAI RECEBEM A ORQUESTRA FILARMÔNICA
DE MINAS GERAIS EM OUTUBRO


Considerada uma das mais importantes orquestras do Brasil, Filarmônica de Minas Gerais fará quatro apresentações na Argentina e uma no Uruguai.

Sob regência do maestro Fabio Mechetti e com participação do violoncelista de renome internacional Antonio Meneses, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, se apresenta pela primeira vez fora do Brasil e interpreta obras de Carlos Gomes, Dvorák e Tchaikovsky. As apresentações serão em outubro, começando por Buenos Aires, no Teatro Colón, nos dias 26 e 27. Depois a orquestra segue para Montevidéu, em uma única apresentação no Teatro Solís, no dia 28. Haverá um concerto em Córdoba, no Teatro del Libertador, no dia 30. O último concerto da turnê será em Rosário, no Teatro Astengo, no dia 31 de outubro.
Desde sua estreia, em 21 de fevereiro de 2008, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta ao público obras essenciais do repertório sinfônico e produções contemporâneas, inclusive peças raramente executadas. Entre seus convidados estão artistas que se destacam no cenário nacional e internacional e que hoje têm a Filarmônica de Minas Gerais como mais uma referência de qualidade na música sinfônica. Criada para tornar-se um grupo de excelência artística, a Orquestra foi reconhecida, neste curto espaço de tempo, com dois importantes prêmios brasileiros: em agosto último, recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra do Brasil, feito que também havia alcançado anteriormente, em 2010, quando foi eleita o melhor grupo musical erudito pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em 2009, seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes como Melhor Regente brasileiro.
Entre os artistas que já se apresentaram com a Filarmônica de Minas Gerais estão Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Antonio Meneses, Eliane Coelho, Marcelo Bratke, Augustin Hadelich, Yang Liu, Maximiano Valdés, Ligia Amadio, Daniel Binelli, Fabio Zanon, Adriane Queiroz, Vadim Gluzman, Pascal Rogé, Joshua Bell, Isaac Karabtchevsky, Sergei Nakariakov, Alisa Weilerstein, Leon Fleisher, Kazuyoshi Akiyama, Krzysztof Penderecki e Conrad Tao, entre muitos outros.

O violoncelista Antonio Meneses

Nascido em 1957, no Recife, Antonio Meneses começou a estudar violoncelo aos dez anos. Aos 16, conheceu o violoncelista italiano Antonio Janigro, que o convidou a frequentar suas aulas em Düsseldorf, e, mais tarde, em Stuttgart. Em 1977, ganhou o 1º Prêmio no ARD Concurso Internacional de Munique e, em 1982, o 1º Prêmio e a Medalha de Ouro no Concurso Tchaikovsky, em Moscou. O solista apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras do mundo. Além disso, é frequentemente convidado do Festival Pablo Casals, em Porto Rico, e de outros importantes eventos. Como camerista, colaborou com os quartetos Emerson, Vermeer, Amati e Carmina.
Desde outubro de 1998, Meneses é membro do Beaux-Arts Trio. Entre suas gravações, destacam-se obras de Brahms e Strauss para a Deutsche Grammophon, com a violinista Anne-Sophie Mutter, Herbert von Karajan e a Orquestra Filarmônica de Berlim; com Eugene D'Albert, David Popper e a Orquestra Sinfônica de Basileia; com Carl Philip Emanuel Bach e a Orquestra de Câmara de Munique (Pan Classics); obras de J. S. Bach, Tchaikovsky, Schumann e Schubert. De Villa-Lobos, gravou os Concertos e a Fantasia para Violoncelo e Orquestra, além da obra completa para violoncelo e piano, com Cristina Ortiz (Pan Classics). Sua mais recente gravação contém obras de Schumann e Schubert com Gérard Wyss ao piano (AVIE).
Antonio Meneses orienta cursos de aperfeiçoamento na Europa, nas Américas e no Japão e é professor no Conservatório de Berna, na Suíça. Antonio Meneses já se apresentou com a Filarmônica de Minas Gerais em três temporadas. O artista toca um violoncelo de Alessandro Gagliano feito em Nápoles, em 1730.

O maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. É também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville (EUA) desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere.

No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções deToscaTurandotCarmenDon GiovanniCosi fan TutteBohèmeButterflyBarbeiro de SevilhaLa Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Repertório

Carlos Gomes (Brasil, 1836 – 1896) é o mais conhecido músico brasileiro do século XIX e uma das expressões mais amplas do nosso romantismo musical. Nasceu em Campinas, em 11 de julho de 1836, em um ambiente humilde, mas dominado pela música. Entre o pai e os irmãos músicos, destacou-se ao compor bem cedo hinos e modinhas. Aos 25 anos, ainda estudante, compôs sua primeira ópera, A noite do castelo. Pouco depois, o triunfo de Joana de Flandres lhe garantia, com uma bolsa do governo, o aperfeiçoamento na Europa. Suas outras sete óperas confirmaram o acerto do apoio dado ao músico por dom Pedro II, então imperador do Brasil. O compositor só voltou definitivamente ao Brasil em 1896, quando foi convidado a dirigir o Conservatório do Pará, ainda em plena riqueza da borracha. Foi recebido como um ídolo, mas já estava doente e morreu cinco meses após sua chegada, aos 60 anos.

A consagração lendária de O Guarani no Scala de Milão, na noite de 19 de março de 1870, repercutiu em toda a Europa. Peri e Cecília, os personagens do célebre romance indianista do brasileiro José de Alencar, que serve de base ao libreto da ópera, chegaram à Rússia e cantaram em italiano na cidade de São Petersburgo. Carlos Gomes, admirado e elogiado por Verdi, tornou-se a primeira personalidade musical brasileira reconhecida internacionalmente.
A famosa Protofonia de O Guarani foi escrita em 1871, por ocasião da Exposição Industrial de Milão, para substituir o pequeno Prelúdio original da ópera. Consagrada pelo público brasileiro como um segundo Hino Nacional, essa partitura ainda hoje desperta admiração e entusiasmo por sua força, grandiosidade, inspiração e originalidade melódica fascinantes.

Concerto para violoncelo, de Antonín Dvorák (República Tcheca, 1841 – 1904), foi composto por encomenda do violoncelista Hannus Wihan, durante o inverno de 1894-1895. Trata-se da última obra americana de Dvorák. Ao retornar, logo depois, à Tchecoslováquia, o compositor ficou muito abalado pela notícia da morte de sua cunhada, que fora seu primeiro amor e por quem nutria profunda afeição. Para homenageá-la, fez algumas alterações em sua partitura, acrescentando uma citação de um de seus Cantos op. 82, justamente a canção predileta de Joséphine Kounicova.
Nessa convincente versão final, Dvorák aboliu a cadência que Hannus Wihan compusera para o concerto. A estreia ocorreu em Londres, em 19 de março de 1896, com o violoncelista Leo Stern (mais tarde, o próprio Wihan tornou-se um célebre intérprete da obra). A partitura segue a forma clássica de concerto, em três movimentos. Além dos tutti poderosos, são particularmente fascinantes os diálogos do solista com timbres isolados da orquestra – principalmente, os instrumentos de sopro.

A composição da Sinfonia no 4, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (Rússia, 1840 – 1893)  está intimamente ligada ao aparecimento de uma mulher que mudaria para sempre a vida de Tchaikovsky: Nadezhda Filaretovna von Meck. Viúva de um engenheiro que fizera fortuna ao construir estradas de ferro na Rússia, von Meck era uma musicista amadora, excelente administradora e rica o bastante para manter, constantemente, um grupo de músicos à sua disposição. Em dezembro de 1876, ela fizera a encomenda de uma peça para violino e piano, que Tchaikovsky prontamente executou. Em fevereiro de 1877, o compositor recebia uma segunda carta, agradecendo-lhe pela composição e dizendo-lhe o quanto o amava. Nascia ali um dos casos mais duradouros de mecenato da história da música. Nos 13 anos seguintes, Tchaikovsky recebeu, mensalmente, 500 rublos. Os dois trocaram mais de mil cartas no período – e a única imposição de Mme. von Meck era de que nunca se encontrassem pessoalmente.

Os primeiros esboços da Sinfonia nº 4 datam de fevereiro de 1877. Embora já tivesse iniciado sua composição quando recebeu a emblemática carta de Mme. von Meck, Tchaikovsky logo passaria a chamar sua nova obra, em algumas cartas, de “nossa sinfonia” ou “sua sinfonia” (em 26 de setembro de 1879, Mme. von Meck escrevia ao compositor: “considero que esta sinfonia é só minha”.). Nesse meio tempo, além de ocupado com a composição da ópera Eugene Oneguin, o compositor embarcara em um casamento desastrado com Antonina Miliukova, sua antiga aluna. No início de outubro, a orquestração do primeiro movimento estava quase pronta. À época, Tchaikovsky viajara para o balneário suíço de Clarens, a fim de recuperar-se do colapso nervoso causado pelo fim do casamento, que durara apenas seis semanas. A orquestração dos três primeiros movimentos foi concluída em Veneza, e, a 7 de janeiro de 1878, em San Remo, Tchaikovsky completava a obra.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

A Filarmônica de Minas Gerais possui duas séries anuais, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, e realiza outras apresentações como Concertos para a Juventude, Clássicos no Parque e Concertos Didáticos, além de diversos concertos em turnês estaduais e nacionais. Apresenta-se nos principais eventos de música clássica do Brasil, como o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão e Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora (Minas Gerais). Desde sua criação, a Filarmônica de Minas Gerais já foi aplaudida por mais de 370 mil pessoas, visitou 18 cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Campos do Jordão, Salvador, João Pessoa, Recife, Natal, Fortaleza, Belém, Manaus, Vitória, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Londrina e Paulínia) e 49 cidades mineiras, algumas delas mais de uma vez.. Em outubro de 2012, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais tem sua primeira turnê internacional com quatro concertos na Argentina e um no Uruguai.
Como ações de estímulo à música, a Orquestra promove duas iniciativas. O Festival Tinta Fresca é um concurso aberto a compositores de todo o país que promove o intercâmbio entre finalistas, orquestra e jurados e premia o vencedor com a encomenda de uma obra inédita a ser estreada pela Orquestra. Já o Laboratório de Regência, atividade inédita no Brasil, abre nova oportunidade para que jovens regentes brasileiros possam praticar com uma orquestra profissional. As duas iniciativas são tradicionalmente encerradas com concertos abertos ao público.

Serviço:

Fabio Mechetti, regente
Antonio Meneses, violoncelo

GOMES
O Guarani: Protofonia
DVORÁK
Concerto para violoncelo em si menor, op. 104
TCHAIKOVSKY       
Sinfonia nº 4 em fá menor, op. 36

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Turnê Internacional 
Buenos Aires
26 e 27 de outubro, às 20h30
Teatro Colón

Montevidéu
28 de outubro, às 19h30
Teatro Solís

Córdoba
30 de outubro, às 21h30
Teatro del Libertador

Rosário
31 de outubro, às 21h
Teatro Astengo



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