quinta-feira, 30 de abril de 2009

OSVALDINHO DA CUÍCA LANÇA O LIVRO “BATUQUEIROS DA PAULICÉIA”

OSVALDINHO DA CUÍCA LANÇA O LIVRO “BATUQUEIROS DA PAULICÉIA”, COM QUATRO SHOWS NA CHOPERIA DO SESC POMPEIA
Com mais de 50 anos de carreira, músico se apresenta de 7 a 10 de maio e recebe convidados especiais para mostrar a qualidade do samba de São Paulo

Uma frase infeliz de Vinícius de Moraes, a famosa “São Paulo é o túmulo do samba!”, fez cristalizar-se um antigo preconceito contra o samba paulista. Os trabalhos de grandes sambistas de São Paulo, como Henricão, Geraldo Filme, Adoniran Barbosa e Toquinho (o mais prolífico parceiro do poeta), sempre foram lembrados como casos que desmentiam tal injustiça, mas uma defesa do samba de São Paulo, como um todo, dificilmente passou de um esboço. Até porque, em boa medida, os próprios paulistas não conhecem bem a sua grandeza. Daí o impulso do sambista Osvaldinho da Cuíca e do crítico e pesquisador André Domingues se unirem para sistematizar e escrever a história do samba paulista no livro Batuqueiros da Paulicéia – Enredo do Samba de São Paulo (Editora Barcarolla), que s erá lançado com uma série de quatro shows na Chopperia do Sesc Pompeia, entre os dias 7 e 10 de maio.

A obra segue as diversas trilhas do samba de São Paulo, apontando seus nomes e acontecimentos fundamentais desde o início do século XX até o presente, do remoto samba-rural ao samba-de-raiz de hoje em dia, passando, ainda, por diversas manifestações como a marcha-sambada, a batucada de engraxates, o samba-rock e as experiências da chamada Vanguarda Paulistana.
Nos shows de lançamento, o mestre Osvaldinho mostrará o repertório descrito em Batuqueiros da Paulicéia, relembrando músicas de antigos carnavais paulistanos, sambas de rua, sambas-rurais e sucessos de sambistas importantes da nossa história, como Henricão, Geraldo Filme, Adoniran Barbosa e ele próprio, um artífice muito privilegiado dessa história, com seus 51 anos de carreira.
Além dos sucessos, as apresentações trarão obras raras, lembradas, apenas, por Osvaldinho e uns poucos veteranos da Paulicéia, a exemplo dos versos das rodas de tiririca (uma espécie de capoeira sambada de São Paulo) e do gaiato samba “A Emissora Victor Costa”, que o lendário malandro Joãozinho Boa Pinta costumava cantar nos programas de calouros da Rádio Victor Costa.
Um ponto alto dos shows Batuqueiros da Paulicéia é a presença de convidados especiais, escolhidos entre as personalidades citadas no livro, indo do consagrado Germano Mathias, verdadeiro clássico do samba paulista, à geração renovadora de Fabiana Cozza e dos meninos do Quinteto em Branco e Preto, passando, ainda, pelo samba refinado de Celso Viáfora e Wandi Doratiotto e pelo samba-rock suingado de Bebeto e do Clube do Balanço. Os espetáculos também abraçam o samba mais puro, comunitário, feito nas escolas de samba e nos terreiros, recebendo o veterano Seu Carlão do Peruche, fundador da Unidos do Peruche, o grupo Samba de Roda de Pirapora, representante da capital do samba-rural paulista, Pirapora do Bom Jesus, além, é claro, de amigos que Osvaldinho fez ao longo de sua bonita hist&oacu te;ria na Vai-Vai. Entre eles, estão os compositores Paquera e Chapinha, também co-fundadores do projeto Samba da Vela, dedicado a revigorar o samba tradicional na Zona Sul paulistana, e o célebre puxador Thobias da Vai-Vai (atual presidente da escola). A direção artística e o roteiro ficam a cargo de André Domingues, parceiro de escrita do sambista no livro.
Duas oficinas complementam e aprofundam os conteúdos do livro Batuqueiros da Paulicéia e dos shows: “Memória Fonográfica do Samba Paulista”, de dois encontros de 2h de duração, ministrada por André Domingues, que se concentra em audições comentadas de gravações antológicas do samba de São Paulo e “Batucadas da Paulicéia”, ministrada pelo próprio Osvaldinho da Cuíca, que convida os participantes a explorarem o sotaque musical paulista a aprenderem os segredos de samba-de-bumbo, marcha-sambada, batuque de engraxates e tiririca.
Sobre Osvaldinho da Cuíca:
Sambista, ritmista, passista, cantor e compositor, Osvaldinho da Cuíca representa uma arte popular que transita entre a tradição e a contemporaneidade, circulando com a mesma desenvoltura nos palcos de teatros sofisticados ou nos popularíssimos desfiles carnavalescos da sua Vai-Vai. Ao longo de 51 anos de carreira, atuou em programas de rádio, televisão, gravações, shows e festivais, apresentando um valioso trabalho autoral e tocando com grandes artistas brasileiros, como Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Adoniran Barbosa, Geraldo Filme, Germano Mathias, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho, Cartola, Zé Keti, Nelson Sargento, Elton Medeiros, Clementina de Jesus, Beth Carvalho, D. Ivone Lara, Toquinho e Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, João Nogueira, Zeca Pagod inho, Lecy Brandão e Eduardo Gudin. Aliado à sua reconhecida atuação de compositor e instrumentista, o vigoroso empenho no resgate, preservação e difusão do samba de São Paulo repercutiu na conquista do então inédito título de "Embaixador Nato do Samba Paulista", concedido pela União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP).

Convidados:
Celso Viáfora e Quinteto em Branco e Preto Apresentação: Wandi Doratiotto.
Celso Viáfora, cantor e compositor paulistano, começou a atuar como músico no fim da década de 70, participando de festivais e fazendo parte da geração irreverente que ficou conhecida como Vanguarda Paulistana.
O Quinteto em Branco e Preto, grupo paulistano, foi formado em 1997 na zona sul de São Paulo pelos irmãos Maurílio e Magno e os também irmãos trio Everson, Victor e Yvison Pessoa. Tendo como objetivo preservar o samba tradicional, tornou-se o maior símbolo da renovação do samba paulista e acompanhou bambas como Nei Lopes, D. Ivone Lara, Jorge Aragão, Jamelão, João Nogueira, Paulinho da Viola e Elton Medeiros, entre outros, além, claro, de Beth Carvalho, sua madrinha artística. Tem 2 CDs lançados: Riqueza do Brasil e Sentimento Popular. Os integrantes do grupo ainda fazem parte da Comunidade Samba da Vela, formada em 2000, em Santo Amaro, zona sua de São Paulo, com o objetivo de promover novos compositores do samba tradicional.
Dia 7
Quinta, 21h.
Bebeto e Amigos do Vai-Vai (Thobias da Vai-Vai, Paquera e Chapinha) Apresentação: Fabiana Cozza.

Bebeto, cantor e compositor paulistano foi um dos divulgadores do sambalanço – ou samba-rock – nos anos 70. Começou sua carreira em sua terra natal, fazendo pequenos shows, mas já em 1975 lançou seu disco de estreia, "Bebeto". A partir de então, colecionou sucessos, como "Segura a Nega", "Nega Olívia", "A Beleza é Você, Menina", entre outras. Em 2005, lançou seu primeiro e único DVD "Pra balançar", em que, além de relembrar seus sucessos e resgatar "Na corda bamba" (rebatizada de "Caramba"), do disco "Cheio de razão", ele conta com a participação especial de artistas como Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Seu Jorge e Davi Moraes. Thobias da Vai-Vai, cantor e compositor paulistano começou sua caminhada defendendo o samba-enredo do então bloco carnavalesco "Gaviões da Fiel", em 83 e 84. Nesta época Thobias já fazia parte da ala de compositores da Vai-Vai, passando, em 84, a ser o Intérprete oficial da escola. Defendendo sua Vai-Vai (da qual, hoje, é o presidente), foi campeão onze vezes entre 81 e 2001, e recebeu seis títulos de Melhor Puxador (Intérprete) de samba de São Paulo. Graças à repercussão nos carnavais também gravou discos e realizou shows por todo o Brasil.
O paulista Paqüera e o cearense Chapinha viram seus caminhos se cruzarem em São Paulo, ainda nos anos 70. Foi na tradicional escola de samba da Vai-Vai que os dois, compositores de mão cheia, ficaram amigos. Mais tarde, em 2000, junto aos jovens Magnu e Maurílio, integrantes do Quinteto em Branco e Preto, fundaram o Samba da Vela, projeto comunitário da Zona Sul Paulistana que se tornou um modelo nacional para as iniciativas de renovação do samba tradicional.
Dia 8
Sexta - 21h.
Germano Mathias e Samba de Roda de Pirapora
Apresentação: Wandi Doratiotto

Germano Mathias
, cantor e compositor paulistano, começou sua carreira musical na década de 50, lançando sucessos como "Minha nega na janela", “Guarde a Sandália Dela” e “Lata de Graxa”. O que primeiro chamou a atenção do público foi seu jeito peculiar de interpretar os sambas, sempre com um fraseado rítmico surpreendente e tocando uma tampinha de uma lata de graxa, herança dos engraxates da Praça da Sé, com quem conviveu na adolescência. Hoje, Germano é, sem dúvida, o maior representante vivo do samba-sincopado brasileiro.
O grupo folclórico Samba de Roda de Pirapora é herdeiro direto da antiga tradição de samba-rural de Bom Jesus de Pirapora, surgida entre os romeiros negros e mestiços que frequentavam a cidade nos dias de celebração religiosa. Sua arte se concentra no samba-de-bumbo, manifestação tipicamente paulista que teve seu auge nas primeiras décadas do século passado. Hoje, o grupo faz parte do grande esforço da cidade para reerguer sua tradição cultural.
Dia 9
Sábado, 21h.
Seu Carlão do Peruche e Clube do Balanço
Apresentação: Fabiana Cozza.O veterano sambista Seu Carlão do Peruche é um dos últimos remanescentes do período de formação do samba paulista. Em sua longa trajetória, freqüentou os batuques dos dias de festa religiosa em Pirapora do Bom Jesus, participou de diversas agremiações do carnaval de rua paulistano, inclusive da Lavapés, uma das pioneiras de São Paulo, até que, em 1956, fundou a Unidos do Peruche, rapidamente alçada à condição de referência do carnaval da cidade. Em reconhecimento à sua dedicação ao samba, Seu Carlão já foi agraciado com a honraria maior do samba paulista, o título de “Cidadão Samba”, em 2000.
O grupo Clube do Balanço se formou em 1999 por iniciativa do paulistano Marco Mattoli, então empenhado em retomar a boa linhagem do samba-rock de Jorge Ben, Bebeto e Branca di Neve. A empreitada foi um sucesso em todos os sentidos. Desde então, o grupo, formado por Mattolli, Tereza Gama, Fred Prince, Léo “Gringo” Pirrongelli, Edu “Peixe” Salmaso, Tiquinho, Marcelo Maita e Reginaldo “16” Gomes, lançou dois discos – Swing & Samba Rock e Samba Incrementado, ambos muito bem recebidos pela crítica e pelo público –, excursionou pelo Brasil e pelo exterior e se tornou uma das principais referências do novo samba-rock brasileiro.
Dia 10.
Domingo, 18h30.
SERVIÇO: Show e lançamento do livro “Batuqueiros da Paulicéia”, de Osvaldinho da Cuíca e André Domingues
Local: Choperia do Sesc Pompeia
De 7 a 10 de maio de 2009.
Quinta, sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h30.
Ingressos: R$ 4,00 a R$ 16,00
Lotação: 800 pessoas
Duração: 120 minutos
Não é permitida a entrada de menores de 18 anos.

Oficinas: Memória Fonográfica do Samba Paulista – por André DominguesDia 9, das 13h às 15h. Dia 10, das 11h às 13h.
Batucadas da Paulicéia – por Osvaldinho da Cuíca
Dia 9, das 15h30 às 17h30.
Oficinas. Grátis. Classificação indicativa: 16 anos
Telefone para informações: (11) 3871-7700

Acesso para deficientes – não temos estacionamento
Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portal http://www.sesc.org.br/
Funcionamento da bilheteria do SESC Pompeia – de terça a sábado, das 9h às 21h e aos domingos, das 9h às 20h. Aceitam-se cheque, cartões de crédito (Visa, Mastercard, Diners Club International e American Express) e débito (Visa Electron, Mastercard Electronic, Maestro, Redeshop e Cheque Eletrônico). Ingressos podem ser adquiridos em todas as unidades do SESC, incluindo CineSESC.
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