quinta-feira, 23 de abril de 2009

América Contemporânea

O projeto celebra o encontro de dez músicos da América do Sul
Idealizado pelo pianista Benjamim Taubkin, o Coletivo América Contemporânea é o resultado de uma iniciativa que nasce da inquietação com o isolamento do Brasil no continente.

Músicos:

Alvaro Montenegro - flauta e sax - Bolívia
Compositor, flautista e saxofonista, Alvaro Montenegro é uma das figuras mais ativas do cenário musical boliviano. Começou a estudar música aos 8 anos por influência da família; seu pai era violinista e sua avó pianista. Estudou nos Estados Unidos e Nicarágua. chegando a integrar, de 1986 a 1989, a Orquestra de Câmara da Nicarágua. Como compositor, fez trilhas de filmes, peças de teatro e espetáculos de dança. Suas composições vêm sendo executadas por importantes orquestras como a Orquestra Sinfônica de Cuba e Orquestra Sinfônica da Bolívia e sendo apresentadas nos principais festivais pelo mundo. Versátil, passeia pelos diversos gêneros - do jazz ao rock, do clássico ao pop. Como integrante de dezenas de orquestras tem transitado pelos repertórios de diferentes tempos e lugares. Em 1998 lançou o CD Música Latino Americana del Siglo XX em parceria com o guitarrista japonês Gentaro Takada. Em 2001, lançou El Parafonista, que impulsionou a criação da banda Parafonista, um sexteto de fusão latino-americana contemporânea. Com a banda lançou Los Frutos Prohibidos e República.
Aquiles Báez - violão e quatro - Venezuela
Violonista, arranjador e compositor venezuelano. Sua característica é criar um único som ao misturar ritmos latino-americanos com harmonias sofisticadas. Com cinco discos gravados, vem colaborando com artistas como Paquito de Rivera, Farred Haque, John Patitucci, Ilan Chester, Mike Marshall, Gioria Feidman e tem participado de concertos como Ensamble Gurrufio, Worlds of Guitars e Boston Symphony, Simon Bolívar e Bach Academy Orchestras. Aquiles Báez ganhou o “Prêmio Nacional de Melhor Artista do Ano na Venezuela”; o William Leavitt Award at Berklee College of Music e outros prêmios pelas suas trilhas para teatro, cinema e espetáculos de dança. Ministra workshops para universidades dos Estados Unidos e Europa. Atualmente mora em Nova York.


Ari Colares - percussão - Brasil
Percussionista e professor, há 25 anos se dedica ao estudo, à prática e ao ensino de percussão brasileira. Leciona no Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, USP e Anhembi Morumbí. Já tocou com Naná Vasconcelos, Egberto Gismonti, etc. É músico da Orquestra Popular de Câmara, dirigida por Benjamim Taubkin e do grupo A Barca. Toca ainda com Mônica Salmaso e no Palavra Cantada com Sandra Peres e Paulo Tatit.
Benjamim Taubkin - piano - Brasil
A música brasileira e seu diálogo com as outras culturas vêm sendo o campo de atividade deste instrumentista, arranjador e compositor e produtor.Como músico vem atuando em diversas formações- que vão do solo a Orquestra Sinfônica em apresentações no Brasil e exterior.

Entre os projetos recentes que participou -como músico e arranjador - constam - Jobim Sinfônico, Samwad - Rua do Encontro, Milágrimas, Orquestra Jazz Sinfônica, Paulo Moura, Monica Salmaso. Entre os projetos atuais estão a Orquestra Popular de Câmara, o conjunto de choro-Moderna Tradição, o trabalho com o grupo de musica tradicional Abaçaí, o trio com Zeca Assumpção e Sérgio Reze, além do Coletivo América Contemporânea.
Realizou diversas viagens na América do Sul e América Central- com o objetivo de conhecer melhor a produção musical local e estabelecer pontes e redes de trocas. Entre os projetos especiais recentes estão- Sons e Imagens da Terra- um mapeamento dos cantos de trabalho ligados a agricultura em todo o país – Genesis- criação da trilha sonora para vídeos do novo trabalho de Sebastião Salgado.


Dirige o selo Núcleo Contemporâneo - voltado principalmente a música instrumental brasileira. Está presente como instrumentista e produtor em mais de 130 discos. Dirigiu em torno de 500 concertos. Coordenou projetos em instituições como Itaú Cultural e Secretaria de Estado da Cultura.Desenvolveu diferentes programas para o SESC, CCJ, CCBB, entre outros.
Participou de diversas comissões de cultura como- Premio Sergio Mota, Petrobras, Multicultural Estadão, Premio Visa, Cultura Viva etc.
É curador de música do Mercado Cultural da Bahia desde 2001- uma plataforma focada principalmente na produção brasileira e latino-americana É membro do Fórum Europeu de Músicas do Mundo. Vem participando de seminários e encontros em todo o mundo.
Christian Galvez - contra-baixo - Chile
Com destacadas participações nos principais festivais de jazz e world music, o baixista chileno Christian Galvez tem três discos gravados - Christian Galvez (2000), Cero (2002) e Dinâmica solista (2004). Participou de produções e gravações de importantes artistas internacionais: Joe Vasconcellos (Chile), Luis Salinas (Argentina), Fareed Haque (Estados Unidos), Bruce Hart (Estados Unidos), entre outros. Professor de música lecionou para diversas escolas no Chile e dá clinicas para países como Argentina, México e Brasil. Com Jorge Diaz (guitarra), Lautaro Quevedo (teclados), Rodrigo Gálvez (bateria) e Cláudio Ortuzar (percussão) criou a banda Gálvez Quinteto. Atualmente é diretor musical da Pez Produções.
Lucia Pulido - voz e percussão - Colômbia
Cantora colombiana, canta desde a música tradicional de seu país até jazz. Por mais de treze anos foi parceira do cantor e compositor Ivan Benevides com a dupla “Ivan e Lucia”. Gravaram três discos e fizeram turnê pela Espanha, Inglaterra, Colômbia e Equador. Seu trabalho desde sua chegada a Nova York em 1994 é focado nos ritmos tradicionais colombianos. No ano seguinte gravou seu primeiro CD solo Lucia (selo Sonolux). Com agenda lotada, tem realizado apresentações em teatros, universidades e clubes dos Estados Unidos e participado de vários e importantes festivais em Nova York. É constantemente convidada para participar de concertos e gravações especiais em CDs de músicos de jazz como Ed Simon, Erik Friedlander, Dave Binney e Fernando Tarrés. Seu mais recente CD é Dolor de Ausencia. Atualmente, Lucia está se dedicando a projetos com músicos em Nova York e de países da América Latina: um, experimental, com o guitarrista argentino Fernando Tarrés, baseado em canções tradicionais da Colômbia e Argentina; a gravação do CD Pure and Impure de Erik Friedlander, baseado em poemas de poetas colombianos; além do projeto do seu novo disco, baseado na música tradicional colombiana com arranjos contemporâneos. Sua agenda ainda é dividida com apresentações que faz na Europa, Estados Unidos e América Latina.
Luis Solar Narciso - percussão - Peru
Percussionista peruano que durante 15 anos fez apresentações nacionais e internacionais com o grupo Peru Negro. Tocou com importantes nomes da música como Nestor Torres, Luis Salinas, Paquito de Rivera y Eva Ayllón, entre outros. Participou do CD Acuarela de Tambores de Alex Acuña, que concorreu ao Grammy 2002. Atualmente Luis Solar Narciso é integrante do grupo Wayruro e da Grand Banda de Jean Pierre Magnet.
Lula Alencar - Brasil
Nascido em Rafael Godeiro no sertão do Rio Grande do Norte seu primeiro contato com a música foi tocando triangulo e zabumba junto com seu pai o sanfoneiro Zé de Cezário pelos pés de serra daquela região. Hoje o nome desse jovem instrumentista vem sendo lembrado cada vez com mais freqüência quando se trata da talentosa cena de música instrumental feita no país atualmente, visto que suas composições aliadas ao seu jeito peculiar de tocar os teclados (piano e acordeom) vêm lhe possibilitando uma trajetória independente dentro do restrito círculo de festivais brasileiros e internacionais. Integrante da Orquestra Popular de Câmara de São Paulo ao lado de um time musical de notáveis referências, Lula ainda trabalha como músico de apoio de nomes importantes da MPB. Transitando entre áreas diversas mas afins, seu som revisita suas origens sertanejas e completa-se com a urbanidade em arranjos pautados na modernidade e nas tradições enraizadas sob a influência de mestres. Dono d e um repertório rico e expressivo, sua música tem se destacado e vem abrindo portas para lhe capacitar a ser mais um bom representante da música produzida aqui no Brasil.


Siba - voz e rabeca - Brasil Músico de Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco. Integrante da banda Mestre Ambrósio, mudou-se para São Paulo no início dos anos 90, mas alguns anos depois, retornou à sua cidade natal onde vem explorando novas possibilidades estéticas para a ciranda e para o maracatu, dando dessa forma vitalidade e juventude às raízes nordestinas. Lá convocou uma trinca de cantores-percussionistas (Biu Roque, Mané Roque e Manoel Martins) para lançar seu primeiro CD solo Fuloresta do Samba. O parentesco com Mestre Ambrósio é natural pela voz peculiar de Siba e o formato das canções (percussão, trombone, trompetes e vozes), mas ao mesmo tempo diferencia-se da banda nos sons ancestrais que produzem, sem influências contemporâneas, e que nos leva a um Brasil mais Rural e mais simples, porém carregado de sutilezas rítmicas e poéticas. Som puro e tradicional. Um mergulho radical na ciranda e no maracatu de raiz.

Concebido em setembro de 2005 - num concerto especial dentro do Festival dirigido pela cantora Fortuna “Todos os Cantos do Mundo”, no SESC Pompéia, o projeto rendeu um CD e apresentações no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa.
Formado por nove músicos de sete países da América do Sul, o encontro reúne essas diferentes culturas e propõe um novo processo de interação e inspiração. Destaca os ritmos tradicionais de cada país, ao mesmo tempo em que busca novos arranjos e sonoridades. Frutos de um olhar coletivo e contemporâneo.
“A diversidade e a riqueza da música feita na América do Sul são impressionantes. A Colômbia, por exemplo, tem uma música fantástica, e não só a tradicional, mas a pop, moderna, eletrônica, contemporânea. O Peru, também. A riqueza é muito maior do que a gente imagina, isso em todos os níveis. A verdade é que só temos informações impessoais desses lugares. O Brasil não tem correspondentes na quase totalidade dos paises da América do Sul. Tudo o que ficamos sabendo é por meio de agências internacionais, que geralmente só mostram o lado exótico e/ou caricato. Acontece que há uma vida intensa e diversa nestes locais. Tem uma música viva, criativa, sofisticada. Com tradição, sim, mas de olho no futuro”, afirma Benjamim.
O grupo é composto por Benjamim Taubkin (Brasil), a cantora Lucia Pulido (Colômbia), o saxofonista e flautista Alvaro Montenegro (Bolívia), o violonista Aquiles Baez (Venezuela), o percussionista Luis Solar (Peru), o contrabaixista Christian Galvez (Chile), o percussionista Ari Colares (Brasil), o rabequeiro pernambucano Siba. O CD tem ainda a participação especial de José Miguel Wisnik e do multi-instrumentista e cantor Carlos Aguirre (Argentina).
América Contemporânea já realizou concertos no Brasil, Estados Unidos, Canadá e Espanha, e seu primeiro álbum América Contemporânea – um outro centro foi lançado no Brasil pelo Núcleo Contemporâneo, Estados Unidos pela Adventure Mucis e na Europa pela Connecting Cultures.