terça-feira, 4 de maio de 2010

CAUBY PEIXOTO CANTOU SINATRA NO TEATRO FECAP

O cantor Cauby Peixoto fez pela primeira vez um show com o repertório inteiramente dedicado ao seu ídolo Frank Sinatra. Em duas apresentações, nos dias 1 e 2 de maio, no Teatro Fecap, em São Paulo ( www.teatrofecap.com.br ), o cantor interpretou as mais famosas canções que foram sucesso na voz de Frank Sinatra.
Com direção musical de Ronaldo Rayol e Thiago Marques Luiz, a banda que acompanhou Cauby em sua apresentação foi composta por: Ronaldo Rayol (violão e guitarra), Hanilton Messias (piano), Eric Budney (baixo acústico), Nahame Casseb (bateria), Ubaldo Versolatto (sax alto), Marcelo Monteiro (sax barítono), Amilcar Rodrigues (trompete) e Duarsen de Campos (trombone).

Frank Sinatra (1915-1998) é um dos artistas mais importantes da música popular do século XX, com uma extraordinária carreira de 60 anos em discos, shows, rádio, televisão e cinema. Intérprete único, dono de linda voz, fraseado e dicção impecáveis, ótimo gosto para escolher repertório, arranjadores e músicos. Sinatra adorava o jazz e seus intérpretes e cantava como ninguém a música dos maiores compositores de seu tempo, principalmente americanos, mas nem sempre (afinal, foi ele quem ligou para o Tom Jobim em uma tarde no bar Veloso, em Ipanema...).

Repertório:

Strangers in the Night (Bert Kaempfert/Singleton/Snyder) é a canção que recolocou Sinatra em primeiro lugar nas paradas de sucessos dos EUA e de dezenas de países em 1966.

The world we knew (Over and over), outra do maestro alemão Kaempefert, mais um dos sucessos pop de Sinatra em meados de 60.

Let me try again (Caravelli/Jourdan) foi gravada em 1973 no disco Ol’ Blue Eyes is Back

All the way (Sammy Cahn/Jimmy Van Heusen, dupla que compôs diversos sucessos do cantor) é o mais popular dos compactos de Sinatra para a Capitol nos anos 50. Tema do filme The Joker is Wild, recebeu o Oscar de melhor canção de 1957.

Fly me to the moon (Bart Howard), gravada em 1964, com arranjo de Quincy Jones e a Orquestra de Count Basie. Uma daquelas canções com a cara de Sinatra.

S’wonderful (George e Ira Gershwin), gravada pela primeira vez nos anos 40 para a Columbia Records, onde Sinatra iniciou sua carreira solo

I've got you under my skin (Cole Porter) outra com a marca Sinatra. A gravação clássica é a de 1956, arranjo de Nelson Riddle, para o disco Songs for Swinging Lovers, da Capital.

Moon river (Henry Mancini/Johnny Mercer), a canção tema do filme Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s, de Blake Edwards, 1961), foi gravada em 1964, com arranjo de Riddle, para um disco com grandes músicas de filmes.

Ol’ man river (Jerome Kern/Oscar Hammerstein II), do clássico musical Show Boat, cuja versão mais conhecida do cantor está em The Concert Sinatra, outra parceria com Nelson Riddle.

Night and day (Cole Porter), canção do musical The Gay Divorcee foi gravada por Sinatra em cinco discos diferentes.

Something (George Harrison), Sinatra considerava essa composição do Beatle “uma das mais belas canções de amor já escritas”.

Laura (Johnny Mercer/David Raksin), do filme homônimo de Otto Preminger, também gravada na Columbia na primeira década solo de Sinatra, os anos 40.

Triste (Tom Jobim), foi gravada em 1969, com arranjo de Eumir Deodato, para aquele que seria o segundo disco de Sinatra com Jobim e que acabou sendo Sinatra e Cia., uma mescla de canções do genial compositor brasileiro com música pop americana.

My Way (Paul Anka/François/Revaux/Thibault), a canção francesa que ganhou letra em inglês de Paul Anka se transformou em um das marcas de Sinatra. Gravada em 1968 com arranjo de Don Costa.

Theme from New York, New York (Fred Ebb/John Kander), composta para o musical de Martin Scorsese de 1977, foi gravada por Sinatra em 1979, com arranjo de Don Costa, para o disco triplo Trilogy. Sinatra chamava a música de “o hino”.

Sobre CAUBY PEIXOTO

Cauby Peixoto nasceu em Niterói, em 1931, em uma família de músicos de qualidade: filho do violonista Cadete, sobrinho do famoso Nonô (Romualdo Peixoto), grande pianista que popularizou o samba naquele instrumento, além de ser primo do grande cantor Ciro Monteiro. Seus irmãos também se destacaram na área artística: Moacyr Peixoto como pianista, Arakén Peixoto como trompetista e Andyara como cantora.
Sua carreira teve início em programas de calouros no início dos anos 50. Pouco depois, gravou seu primeiro disco e trocou o Rio por São Paulo para ser o crooner das boates Oásis e Arpége. Logo se destacou por usar a linda voz na interpretação dos grandes sucessos da música americana. De volta ao Rio, entrou para o elenco da Rádio Nacional. Em meados dos anos 50, já era o cantor mais famoso da rádio brasileira, sucedendo ao grande Orlando Silva, e provocando a loucura das fãs, mais ou menos como seu ídolo Frank Sinatra provocara nas adolescentes, as bobby-soxers, em seu início de carreira nos anos 40.
A identificação de Cauby com Sinatra, Bing Crosby e Cia, e com o fantástico repertório de standards americanos, o levou a tentar a sorte nos Estados Unidos a partir de 1955. Lá, com o pseudônimo de Ron Coby, se apresentou em nightclubs e chegou a gravar com o respeitado maestro Percy Faith. Cauby voltou aos EUA ainda na década de 50, fez temporadas de mais de um ano, foi chamado pela imprensa de “Elvis Presley brasileiro”, mas o sonho de uma carreira internacional não se concretizou.
Em compensação, no Brasil, emplacava sucesso após sucesso, participava de filmes, cantava na noite, nos principais programas de rádio e televisão, aderia às canções dos estilos que iam aparecendo, formava a extraordinária bagagem que o transforma com cerca de 60 anos de carreira, em um dos artistas de maior longevidade na música popular mundial. Cauby Peixoto é sucesso até hoje.